O Natal nos lembra que a presença de Deus nem sempre corresponde às nossas expectativas , porque Ele se nos apresenta onde nós menos o esperamos. Certamente devemos procura-lo na oração e no silencio, na superação do egoismo, na vida fiel e obediente à sua vontade.
Ele, no entanto, pode apresentar-se a nós quando quer e como quer, inclusive nas coisas mais ordinárias e comuns da vida. Agora sabemos que podemos encontra-lo em qualquer ser indefeso e fraco que precisa de nossa acolhida. Ele pode estar nas lágrimas de uma criança e na solidão de um ancião.
No rosto de qualquer irmão podemos descobrir a presença desse Deus que quis encarnar-se no humano.Esta é a fé revolucionária do Natal, o escândalo maior do cristianismo, expresso de maneira lapidar por Paulo: "Cristo, apesar de sua condição divina, não se apegou a sua igualdade com Deus; pelo contrário, despojou-se de sua categoria e assumiu a condição de servo, fazendo-se um entre tantos e apresentando-nos como simples homem"(FL2,6-7).
O Deus cristão não é um deus desencarnado, longínquo e inacessível. É um Deus encarnado, próximo, vizinho. Um Deus que podemos tocar de certa maneira quando tocamos o humano.
(José Antonio Pagola)
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